quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Cirurgia bariátrica e morte aos 19 anos

Eu pretendia que a próxima postagem fosse para esclarecer as minhas metas quanto às atividades físicas e emagrecimento, mas achei melhor falar sobre uma notícia que saiu ontem à noite nos jornais.

Uma jovem de apenas 19 anos, chamada Amanda Rodrigues, de Campos dos Goytacazes (RJ), se submeteu a uma cirurgia bariátrica no dia 17 de janeiro e faleceu no dia 28 devido a complicações da cirurgia. Amanda, que tinha histórico de trombose, começou a sentir dores na perna no dia seguinte à operação. Foi medicada e no dia seguinte recebeu alta. Mas sentiu fortes dores na barrida no dia 27 e teve que ser novamente internada. Ela morreu devido a uma embolia pulmonar.

Segundo a irmã (Mayara),
Amanda sofria muito por causa do problema de obesidade que tinha desde a infância. Além de agressões verbais e físicas na escola por parte de outras crianças, ela sofria por não conseguir encontrar roupas que coubessem nela; não ia à praia e a outros lugares por vergonha; e até desistiu de fazer a prova do ENEM por receio de não caber nas cadeiras do local.

Antes da cirurgia, ela teria dito: "Vou ficar bonita, as pessoas vão gostar de mim. Esse sofrimento vai acabar, irmã. Vou vestir 38.". A irmã ainda conta que "A minha irmã morreu com sede, com dor, arrependida da cirurgia. A minha irmã não vai mais sorrir, não vai dirigir, não vai se formar, não vai trabalhar, não vai namorar, não vai ser mãe, nem tia."



Não faço esse postagem para apontar o dedo na cara de pessoas que fazem piadas com gordos. Eu realmente acho que piadas sobre qualquer tema são parte normal da vida humana e nós devemos nos acostumar com isso. A obesidade descontrolada traz muito mais problemas do que apenas isso. Também não quero apontar o dedo sobre os médicos, insinuando que a culpa teria sido por erro ou negligência.

O ponto importante é que precisamos nos lembrar que uma bariátrica, por mais comum e segura que tenha se tornado, ainda é um procedimento cirúrgico, ainda é uma grande intervenção sobre o corpo da pessoa. E, como toda cirurgia, possui inúmeros riscos. E aqueles que pensam em se submeter a essa cirurgia devem estar atentos a esses riscos. Há muitas pessoas que realmente precisam de uma intervenção dessa magnitude, mas sabemos que há várias outras que poderiam adotar outros métodos de emagrecimento; que há pessoas que inclusive se dão ao trabalho de engordar mais ainda para alcançar o peso mínimo necessário para fazer a cirurgia.

Não digo isso para criticar a moça ou sua família, que precisam de toda a solidariedade. Mas esta postagem não é para a leitura dessa família, mas sim de outras pessoas interessadas em emagrecimento.

Eu acho que bariátrica deve realmente ser deixado como último caso quando tudo o mais falha. E este parece ter sido exatamente o caso de Amanda. A família conta que, apesar de todas as tentativas de emagrecimento, ela continuava engordando ano após ano, o que pode indicar que não se tratava apenas de uma questão de alimentação, mas talvez hormonal. Não sei.

Vocês podem ler a matéria aqui

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